sábado, 13 de junho de 2009

"TALVEZ O AMOR..."


Talvez o amor...
Talvez, sim,
o amor me espreite pela fresta
de uma janela
quase cerrada, sim.
E coloque seu olhar em mim,
sobre meu andar cansado
e me penetre a alma,
adentrando como
uma aragem que o vento soprou ...
Talvez, ainda,
o amor me espreite
quando me traz à tona
o desfile de meus sonhos,
perfilando-os de volta ao passado,
enterrando-os em
covas rasas dos sem nomes,
dos sem identidades,
pobres indigentes
sem direito a deixar... nem saudades.
Talvez o amor esteja à minha volta,
sem saber porque porta entrar...
Aquela fresta da janela,
com certeza há de empenar
e o amor,bem devagar,
se ajeitando aqui e ali,
se espremendo,
com os olhos voltados para mim....
Sedento para chegar .
e preencher os espaços,
todos vagos, vazios,
com marcas de feridas
ainda vivas, feitas à brasões
de estórias mal vividas.
De olhos bem fechados,
pensarei um sonho e me deixarei ficar,
desfalecida, que importa?
Talvez, neste momento,
um rojão de vento
abra a porta e o amor chegue, enfim...
Não há de me fazer promessas...
Há, sim de me adentrar
pelos olhos e chegar
ao meu coração e alma,
e ao meu corpo, com toda calma...
sem pressa...sem explicações...
Vivendo o momento,
sem pensar no porvir.
E, sem dizer a que veio...
Jamais Irá Partir!
(Cida Valadares)

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