sexta-feira, 6 de novembro de 2009

QUEM SABE...



QUEM SABE...


Quisera te apagar de minha memória
Quisera rasgar a página do livro que marcou nossa história
Quisera apagar o que aconteceu,
quisera esquecer este louco amor que me invadiu e me enlouqueceu.
Sonho vivido de passado, amor confirmado,
amor proibido, amor sofrido..

Distância imensa, saudade da sua presença...
Te sentindo no peito, te sentindo na alma imploro a calma,
mas aos poucos vou morrendo,
sabendo que eu e você estamos mais distantes que supomos,
mais longe do que suportamos.
Quisera fugir, mas para onde quer que eu vá,
te amor vai me acompanhar, e eu sei que sempre,
sempre vou te amar.
Não há nada que possa este sentimento mudar,
não há nada que possa nos ajudar...

Prova dura na terra que nos foi dada a enfrentar...
Não diga mais nada...
Vá amor...
Continue sua caminhada,
mesmo com os nossos corações ardendo de paixão,
aprenderemos a conviver com a dor da separação...
Guarde contigo este tesouro, leve contigo
o amor mais amigo, o sonho interrompido.

Quem sabe na eternidade poderemos nos
reencontrar e livremente nos amar!

Quem Sabe...


(Cora Maria)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Me chame do que quiser


Me chame do que quiser
Se parece ingênuo que eu acredite nas pessoas, que me chamem de tola.
Se parece impossível que eu queira ir onde ninguém conseguiu chegar, que me chamem de pretensiosa.
Se parece precipitado que eu me apaixone no primeiro momento, que me chamem de inconseqüente.
Se parece imprudente que eu me arrisque num desafio, que me chamem de imatura.
Se parece inaceitável que eu mude de opinião, que me chamem de incoerente.
Se parece ousado que eu queira o prazer todos os dias, que me chamem de abusada.
Se parece insano que eu continue sonhando, que me chamem de louca.
Só não me chamem de medrosa ou de injusta.
Porque eu vou à luta com muita garra e muita vontade de acertar.
E foi lutando que eu perdi o medo de ser ridícula.
De ser enganada. De ser mal entendida.
Perdi, na verdade, o medo de ser feliz.
Não me incomoda se as pessoas me vêem de forma equivocada.
O importante mesmo é como eu me vejo...
Sem cobrança.
Sem culpa.
Sem arrependimento.
A gente perde muito tempo tentando agradar aos outros.
Tentando ser o que esperam de nós.
Eu sou o que sou e não peço desculpas por isso.
No meu caminho até aqui, posso não ter agradado a todo mundo,
mas tomei muito cuidado para não pisar em ninguém.
Sendo assim, me chame do que quiser, eu não ligo...
Porque eu só atendo mesmo quando chamam pelo meu nome, que eu tenho o maior orgulho de carregar.

Texto
Lena Gino

Quanto? 'Não sei!!!


Quanto? 'Não sei!!!
Hoje quero apenas dizer...
Do muito que vivi, também do meu sofrer,
Foi um tempo infinito, nem sei os porquês?
Daquele amar e de tanto querer.

Agora dizem que no amor não acredito...
Oh!!! Quem dera?
Sonho, com amores bonitos...
Naqueles que nos trazem nova era.

E não desejo que me reconheçam como poeta...
Apenas que respeitem o meu poetar,
Pois! Que da vida nada levo,
Quero apenas o meu versejar.

Apenas hoje! Quero ser eu mesma...
E usar de muita franqueza,
Muito chorei e até morri...
Agora só desejo ser aquilo que fiz.

E quem o quiser que fique aqui...
Pois só quero, de novo amar e ser feliz.
Autora
Eliete A. S. Bezerra
Agradeco o envio deste lindo texto, a minha
amiga, e poetisa
Cida valadares.

VOCE E EU


VOCE E EU

Quando estamos juntos
somente eu e voce
não somos mais dois mundos
somos um único ser.
Tudo à nossa volta
reflete intensa paixão
O céu e o mar se alinham
somos um só coração.
Tudo é desejo e liberdade
nas asas da imaginação
tudo é luz, claridade
doce face revelada da ilusão.

( José S.Santos )
Texto que recebi da amiga,
Poetisa e Formatadora
Zeze Couto

"Inconstância"


"Inconstância"
Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi à vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!
Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!
Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...
E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também... nem eu sei quando...

(Florbela Espanca)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Saudade



Saudade



Ah! que desejo de te ver novamente...
tocar-te e dizer-te
mil palavras de amor.
Sonho desfeito
em cinzas mortas,
porque já não mais sequer te posso decifrar.
Saudade amarga de silêncios,
de perguntas sem respostas,
de caquinhos sem par.
Lembro-me dos teus embalos e carinhos,

teus cabelos em desalinho,
teu coração repleto de amor.
Vou catando, assim, os pedaços de mim
nessa caminhada sem fim.
Seco minhas lágrimas
no vácuo que tu deixaste.
Vivo morrendo a cada dia
na esperança de renascer em ti...
Tropeço na infinita ausência de ti
a cada manhã, a cada momento,

a cada suspiro, a cada por-de-sol!

Que dor!


(Luiza De Resende Braga)



Botões de rosas






Botões de rosas

Colham botões de rosas enquanto podem,
O velho Tempo continua voando:
E essa mesma flor que hoje lhes sorri,
Amanhã estará expirando.
O glorioso sol, lume do céu,
Quanto mais alto eleva-se a brilhar,
Mais cedo encerrará sua jornada,
E mais perto estará de se apagar.
Melhor idade não há que a primeira,
Quando a juventude e o sangue pulsam quentes;
Mas quando passa, piores são os tempos
Que se sucedem e se arrastam inclementes.
Por isso, sem recato, usem o tempo,
E enquanto podem, vivam a festejar,
Pois depois de haver perdido os áureos anos,
Terão o tempo inteiro para repousar.



(Robert Herrick)

A BUSCA






A Busca


Nas veredas do meu viver
procuro morada , mero abrigo
de quem busca em seu coração contido
a paisagem da alma eterna.

O caminho nem sempre é íngreme

por vezes posso soltar as amarras
deleitar-me com águas correntes
como o rolar das pedras d'um rio.

Corpo solto, alado

chego às copas de centenárias árvores
na floresta magia do querer bem
e vislumbro a planície ao longe.

Trigais ensolarados, puro ouro

riqueza de corvos famintos
instinto visceral de sobrevivência...

Ao longe, algumas moradas

do amor, da dor, da solidão...

Percorro o tempo que me resta

desnorteio a bússola da realidade
num átimo chego ao destino
certa do dever cumprido.

A determinação do meu ser

encontra a casa do saber
incrédula ainda, indago ao andarilho
quem habita tão bela estância
ao que responde sorridente:"esta é a sua vida"!

Em êxtase, traspasso paredes translúcidas

percorro corredores intermináveis
e encontro ao final
sem portas a impedir minha pressa
uma grande abertura de muita luz.

A paz envolve minha existência

a busca não foi em vão
na casa do saber é onde está
a Janela da Vida!


(
Ligi@Tomarchio®)


VOAR




VOAR

Lá se foi meu coração,
na tentativa de voar sozinho
e alcançar o céu,
onde você mora...
onde vivem os sonhos
e a saudade.

Deixei-o ir,
porque lhe pertence
(Luiza de Resende Braga)

domingo, 1 de novembro de 2009

EU ME RENDO!





EU ME RENDO!
Eu me rendo, à sabia natureza que cria
e transforma sabendo o exato
momento que adormecer, precisa e
em seus leitos imprecisos, não
importa, num pactual instante
acorda...os seus filhos.
Rompem-se, então as bolsas.
Expulsos são os fetos num parto
natural, silente e belo.
Da placenta esterca-se a terra,
serpenteia o rio, crescem as
flores...basta um olhar, de
descoberta.
Eu me rendo ao mirar as flores,
quais aquarelas multicores,
matizadas...todas elas , já entregues,
batizadas.
E dão se as mãos margaridas, rosas,
jasmins, camélias...para enfeitar-nos
os jardins da vida.
Em outro olhar...as matas que
nossas florestas escondem,
onde a fauna e flora se entendem e
obedecem a ordem natural da mãe.
As clareiras nos instigam a chegar
mais perto,
tamanha beleza e realeza das
simples flores rastejantes, aos
nossos pés.
E, devagar, com carinho , bem de
mansinho , caminho... respeitando-as
no meu andar.
E o meu olhar delirante vê colibris
deslumbrantes, borboletas,
vaga-lumes quais estrelinhas,
piscando aqui e lá.
Um pouco além dessa estrada, nova
brisa, novo ar.
É o canto dos passarinhos que saem,
ou, retornam aos ninhos para o
dia, a noite entregar.
É o cicio das cigarras querendo
avisar à mata que a a chuva pode
chegar.
É o burburinho da fonte, nascente de
um novo rio que irá desaguar no
mar.
É a deslumbrante cachoeira que
desce passando rasteira,
desvirginando a grota,
menstruando, sem licença, gotículas
de sua beleza imensa, em nossas
faces e olhar.
Ah! eu me rendo! Me rendo sim.
Ao mar calmo ou bravio, ao céu que
inimagináveis situações se nos
interpõe...
Será? Será se está lá o meu lugar
e, se lá moram os que quero encontrar?
Rendo-me aos movimentos da terra,
de translação e rotação, criando as
estações , as noites e os dias.
Rendo-me à lua, majestosa e aos
eclipses maravilhosos...Que fantasia!

Rendo-me a toda arte que faz de toda
e qualquer parte a parcela principal.
Rendo-me a Deus, a Jesus que por
nós morreu na cruz, acredite você,
ou, não.
Rendo-me, enfim, aos poetas
e seresteiros, aos amantes por inteiro,
ao amor que passou e ao que está
por vir.
À paixão que virou amor e por isto,
se consolidou, ah!
Eu me rendo, me rendo, sim!
À poesia que existe em mim. Que me
transforma, enriquece, enobrece o
meu coração.
E ao que mais me rendo agora, se
lhe feri, meu querido amigo,
sem demora, eu lhe peço agora, o
seu perdão.
Pois assiste-me o amor à alma, que
quer voar com leveza, guardando
toda a beleza da vida que vivi...
Até agora!
(Cida Valadare)

CONTRASTES



CONTRASTES
Do movimento ritmado
de meu corpo,
perguntas fluem densas em meu ser.
Se apesar do pranto, sós,
aqui estamos...
Por que amamos?

Do sentimento, simples, presente,
que se infiltra,
e ninguém sabe como.
Se apesar do tempo e da idade
somos felicidade...
Por que choramos?

Com todos os defeitos de outrora,
e com tantas virtudes de agora.
Se somos fortes e aqui passamos
apesar da sorte...
Por que sonhamos?

Com vigor, o corpo rasga o corte,
e acalanta a metamorfose.
Se aqui vivemos apesar de sermos...
Por que morremos?

(ZzCouto)