segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Saudade



Saudade



Ah! que desejo de te ver novamente...
tocar-te e dizer-te
mil palavras de amor.
Sonho desfeito
em cinzas mortas,
porque já não mais sequer te posso decifrar.
Saudade amarga de silêncios,
de perguntas sem respostas,
de caquinhos sem par.
Lembro-me dos teus embalos e carinhos,

teus cabelos em desalinho,
teu coração repleto de amor.
Vou catando, assim, os pedaços de mim
nessa caminhada sem fim.
Seco minhas lágrimas
no vácuo que tu deixaste.
Vivo morrendo a cada dia
na esperança de renascer em ti...
Tropeço na infinita ausência de ti
a cada manhã, a cada momento,

a cada suspiro, a cada por-de-sol!

Que dor!


(Luiza De Resende Braga)



Botões de rosas






Botões de rosas

Colham botões de rosas enquanto podem,
O velho Tempo continua voando:
E essa mesma flor que hoje lhes sorri,
Amanhã estará expirando.
O glorioso sol, lume do céu,
Quanto mais alto eleva-se a brilhar,
Mais cedo encerrará sua jornada,
E mais perto estará de se apagar.
Melhor idade não há que a primeira,
Quando a juventude e o sangue pulsam quentes;
Mas quando passa, piores são os tempos
Que se sucedem e se arrastam inclementes.
Por isso, sem recato, usem o tempo,
E enquanto podem, vivam a festejar,
Pois depois de haver perdido os áureos anos,
Terão o tempo inteiro para repousar.



(Robert Herrick)

A BUSCA






A Busca


Nas veredas do meu viver
procuro morada , mero abrigo
de quem busca em seu coração contido
a paisagem da alma eterna.

O caminho nem sempre é íngreme

por vezes posso soltar as amarras
deleitar-me com águas correntes
como o rolar das pedras d'um rio.

Corpo solto, alado

chego às copas de centenárias árvores
na floresta magia do querer bem
e vislumbro a planície ao longe.

Trigais ensolarados, puro ouro

riqueza de corvos famintos
instinto visceral de sobrevivência...

Ao longe, algumas moradas

do amor, da dor, da solidão...

Percorro o tempo que me resta

desnorteio a bússola da realidade
num átimo chego ao destino
certa do dever cumprido.

A determinação do meu ser

encontra a casa do saber
incrédula ainda, indago ao andarilho
quem habita tão bela estância
ao que responde sorridente:"esta é a sua vida"!

Em êxtase, traspasso paredes translúcidas

percorro corredores intermináveis
e encontro ao final
sem portas a impedir minha pressa
uma grande abertura de muita luz.

A paz envolve minha existência

a busca não foi em vão
na casa do saber é onde está
a Janela da Vida!


(
Ligi@Tomarchio®)


VOAR




VOAR

Lá se foi meu coração,
na tentativa de voar sozinho
e alcançar o céu,
onde você mora...
onde vivem os sonhos
e a saudade.

Deixei-o ir,
porque lhe pertence
(Luiza de Resende Braga)