quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

MINHAS MÃOS


MINHAS MÃOS
Minhas mãos,
pousam na sinergia
do teu corpo,
quais serenas naves espaciais
a desafiar a gravidade
a flutuar,
com a sensibilidade,
de um vôo rasante,
intocado, exploratório
desenhando com cuidado
a geografia de montes,
montanhas, e colinas,
planícies, desfiladeiros,
grutas, cavernas,
matas e florestas,
vales e depressões...
A cada movimento,
a cada suave impulso,
minhas mãos
entrevêem o arrepio
que percorre
a superfície do teu corpo,
por conta
da magnética
e imperceptível distância
que impede o atrito
e, por enquanto,
o aconchego...
Minhas Mãos
querem apenas
passear de leve,
e com suavidade,
explorar, seduzir,
acarinhar, aconchegar,
conquistar, vibrar...
Querem prolongar
a insanidade
do derradeiro contato,
até o instante maior,
quando, exaustos,
formos afinal abduzidos
pela força
intergaláctica e inexorável
chamada Amor.
Quando
nada mais nos restar,
senão apenas
a irremediável fusão
de nossos corpos
num só corpo,
numa só avalanche
de emoções,
desencadeada toda vez que,
na sinergia
do teu corpo celestial,
quais serenas naves espaciais,
pousar em
minhas mãos...
(Ariovaldo Cavarzan)

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