domingo, 17 de janeiro de 2010

Delírio





Delírio


Estrelas que eram meu norte na imensidão,
foram se apagando entre abatidas flores
E o frio da nudez de meus amores
Fez-me tocar o mundo com a minha mão.


Pude sentir a maciez da pétala em minha tez
e o floco de neve cintilante, como brilhante.
E, com a mais delicada lucidez,
Meu turbilhão de sonhos, também, levei adiante.

As mais altas montanhas, bem no cume,
Saltitante, entre as árvores, escalei.
Pude fitar os olhos do vaga-lume.
E, nas asas de um anjo, descansei.

Ah! sinistra hora e este sedutor martírio,
Que me leva a versejar a solidão.
De querer , eternamente, viver este delírio
E ter o mundo, só para mim, em minha mão.
(Cida Valadares)

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